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Entrevistas

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david - Entrevistas Empty Entrevistas

Mensagem  Ticius Seg 28 Set 2009, 01:18

Entrevista a Di Maria:

Foi a comer pastéis de Belém que Di María e companheiros festejaram a vitória por 4-0 no Restelo, há duas jornadas. Foi Jorge Jesus que fez questão de levar os bolos, ainda quentinhos, ao balneário depois do desafio. Di María nunca tinha comido tal coisa. E garantiu a O JOGO que ficou fã. Tudo corre sobre rodas a este Benfica. E também ao 20 da Luz, que está como nunca se tinha visto...

Este é o melhor Benfica desde que chegou?

Creio que sim. Desde a pré-época que estamos a jogar muito bem, com outra dinâmica. Antes também havia uma grande equipa, mas não fizemos as coisas bem e não tivemos resultados. Com este mister, tudo está a ser diferente...

Então o segredo de uma mudança tão grande está a ser Jorge Jesus?

Também está na ambição dos jogadores, claro, mas é verdade que a maneira de trabalhar mudou muito, e para melhor. Um treinador que trabalha todos os dias a cem por cento é muito bom para nós.

Mas o que tem este que Quique Flores não tinha?

Este treinador é mais exigente, isso vê-se em campo. Estamos a ganhar 4-0, e ele continua nervosíssimo, no banco, a pedir mais e mais... Isso faz com que estejamos concentrados no jogo durante os 90 minutos.

E nos treinos? Jesus tem fama de ser muito duro e até intempestivo com os jogadores...

Ele é, nos treinos, igual ao que é nos jogos. E posso garantir que ainda não mandou ninguém para aquela parte [risos].

E a razão de tantos golos, qual é?

Estamos a pressionar mais e, enquanto o ano passado eram quase sempre os mesmos a marcar, agora todos estão a fazer golos. Estamos a jogar de maneira diferente. Ao início era difícil, mas já estamos adaptados.


"Tenho de compensar Jorge Jesus"

A que se deve este seu grande crescimento esta época?

Na época passada não tive a possibilidade de ser titular. Quando se é titular, a confiança cresce. O mister passou-me essa confiança de não estar sempre a trocar-me. Então tenho de lhe dar o que ele me dá a mim. Tenho de compensar o Jorge Jesus. Ele põe-me a jogar de início, e eu só tenho é de render em campo. Agora estou a defender mais, a atacar mais, tudo melhorou.

Isso quer dizer que as razões têm muito mais a ver com factores psicológicos do que físicos...

Sim. O ano passado nunca tive a cabeça boa, pois não jogava mais de dois jogos a titular. Agora jogo quase sempre os 90 minutos, e cada vez melhor.

Tem cuidados especiais de treino?

Faço um pouco de ginásio. A ideia não é ganhar muita massa muscular, mas manter o corpo e estar bem fisicamente. Mas, por exemplo, em semanas como a próxima, com dois jogos em poucos dias, não posso ir, é muito cansativo.

E alimentação?

Só não como muitas verduras e legumes, não gosto muito. Mas, de resto, o normal.

O que come ao pequeno-almoço?

Uma sandes, fruta, sumo de laranja.
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david - Entrevistas Empty Di María: «Bom, parece que vamos para a guerra»

Mensagem  Mil Sex 09 Out 2009, 02:42

Os últimos dois jogos da Argentina na qualificação para o Mundial marcam a agenda de Di María e Aimar. Em entrevista ao diário argentino "Olé", o extremo confessou as palavras do companheiro de equipa quando ambos souberam que tinham sido convocados.

"Soubemos ao mesmo tempo, pois estávamos juntos quando saiu a convocatória. E, ao sabermos, Pablito [Aimar] olhou-me nos olhos e disse: ‘Bom, parece que vamos para a guerra'", afirmou o camisola 20 das águias.

Di María confessou ainda que chegou a pensar que não iria voltar à seleção depois do castigo de 4 jogos a que foi submetido. Mas as boas exibições ao serviço do Benfica devolveram-lhe a esperança: "Depois da Bolívia falei com Diego [Maradona] e fiquei tranquilo. Mas, depois, o tempo e as partidas foram passando e pensei que não ia voltar. Contudo, tenho estado bem no Benfica e voltou a falar-se de mim. Mas vi o caso mal parado..."
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david - Entrevistas Empty Maradona: «É uma delícia ver Aimar jogar»

Mensagem  Mil Sex 09 Out 2009, 02:56

Pablo Aimar não podia ter recebido maior voto de confiança do que o manifestado por Maradona na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Peru.

Quando perguntaram se Aimar era a sua fraqueza disse: "Desde sempre". "Tem toques incríveis, mudanças de velocidade. Oxalá, nos proporcione com Messi, momentos muito bonitos no sábado", declarou o selecionador da Argentina, frisando que a convocatória do jogador do Benfica não partiu de um conselho: "Ninguém me sugere nada".

El Pibe explicou todo o processo: "Estive com Pablito, que não estava a jogar, quando foi ver Di María na casa do FC Porto e disse-lhe: põe-te bem. Assim foi e cá está. Falámos desde janeiro".

Maradona acrescentou ainda que Gonzalo Higuaín será o parceiro de Leo Messi no ataque: "Higuaín está bem, vi a sua entrega nos treinos, e a sua humildade. Decidi colocá-lo no onze porque creio que vai fazer bem a Leo e Pablito".
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david - Entrevistas Empty Entrevista a Fábio Coentrão

Mensagem  Mil Seg 12 Out 2009, 00:57

Teve uma infância feliz?
Foi feliz mas não foi fácil. Tinha muitos amigos que não tinham posses e eu juntava-me a eles. Eles iam fazer asneiras e eu ia atrás: faltava à escola, roubava cenas, se havia um grupo a jogar à bola, chegávamos lá, roubávamos a bola e jogávamos nós. Na minha terra, os miúdos têm muita liberdade e naquele tempo fazia-se muitas asneiras. Mas posso dizer que tive uma infância e que a aproveitei bem.

Que tipo de correcções ele lhe faz (Jorge Jesus)?
Por exemplo, quando cheguei aqui, encostava-me muito à linha e o mister dava-me sempre na cabeça por causa disso. Ao princípio não gostava, mas agora penso que valeu mesmo a pena ele dar-me tanto na cabeça. Agora o mister diz-me que estou mal e preocupo-me logo em corrigir. Se ele diz, é porque tem razão.

Que aspectos concretos acha que pode melhorar?
Posso ter mais velocidade, fazer mais fintas, finalizar melhor. A treinar como tenho feito, acho que vou melhorar em todos esses aspectos. Por exemplo, comecei agora a fazer trabalho extra-individual de finalização. Achei que já estava a falhar muitos golos e decidi falar com o adjunto, o Raul José. Ele disse que achava bem. E o mister disse também que se eu gostava, então que fizesse treino extra.

É muito ligado à família?
Muito. Sou o menino querido. Eu, para eles, ainda devo ter 10 anos. Tanto a minha tia como a minha mãe, quando vêm cá, estão sempre a dizer-me para comer a sopa, que não saio da mesa sem ter comido a sopa toda, depois ainda um iogurte. Sou mesmo um menino mimado.

Mas ela (a namorada) leva-lhe o leitinho e o pãozinho à cama?

Isso é certinho [risos].



Última edição por Mil em Seg 12 Out 2009, 01:24, editado 1 vez(es)
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david - Entrevistas Empty Re: Entrevistas

Mensagem  Ticius Seg 12 Out 2009, 01:14

Mil escreveu:É muito ligado à família?
Muito. Sou o menino querido. Eu, para eles, ainda devo ter 10 anos. Tanto a minha tia como a minha mãe, quando vêm cá, estão sempre a dizer-me para comer a sopa, que não saio da mesa sem ter comido a sopa toda, depois ainda um iogurte. Sou mesmo um menino mimado.

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existem aqueles que para comer cozido à portuguesa tem q tar tudo cortadinho... Razz
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david - Entrevistas Empty Re: Entrevistas

Mensagem  Mil Seg 12 Out 2009, 01:25

Ticius escreveu:
Mil escreveu:É muito ligado à família?
Muito. Sou o menino querido. Eu, para eles, ainda devo ter 10 anos. Tanto a minha tia como a minha mãe, quando vêm cá, estão sempre a dizer-me para comer a sopa, que não saio da mesa sem ter comido a sopa toda, depois ainda um iogurte. Sou mesmo um menino mimado.

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so? Razz
E esses, também não saem da mesa até comerem a farinheira toda! Twisted Evil
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david - Entrevistas Empty Re: Entrevistas

Mensagem  Ticius Seg 12 Out 2009, 01:38

Mil escreveu:
Ticius escreveu:
Mil escreveu:É muito ligado à família?
Muito. Sou o menino querido. Eu, para eles, ainda devo ter 10 anos. Tanto a minha tia como a minha mãe, quando vêm cá, estão sempre a dizer-me para comer a sopa, que não saio da mesa sem ter comido a sopa toda, depois ainda um iogurte. Sou mesmo um menino mimado.

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existem aqueles que para comer cozido à portuguesa tem q tar tudo cortadinho... Razz

so? Razz
E esses, também não saem da mesa até comerem a farinheira toda! Twisted Evil

pois tu gostas é de enchidos especialmente por trás...
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david - Entrevistas Empty Re: Entrevistas

Mensagem  Mil Seg 12 Out 2009, 02:06

Ticius escreveu:
Mil escreveu:
Ticius escreveu:
Mil escreveu:É muito ligado à família?
Muito. Sou o menino querido. Eu, para eles, ainda devo ter 10 anos. Tanto a minha tia como a minha mãe, quando vêm cá, estão sempre a dizer-me para comer a sopa, que não saio da mesa sem ter comido a sopa toda, depois ainda um iogurte. Sou mesmo um menino mimado.

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existem aqueles que para comer cozido à portuguesa tem q tar tudo cortadinho... Razz

so? Razz
E esses, também não saem da mesa até comerem a farinheira toda! Twisted Evil

pois tu gostas é de enchidos especialmente por trás...

vamos voltar a isto é?
Daqui a pouco vens-te lamentar que o cozido é sempre servido com chouriço cortado às rodelas e que isso te deixa profundamente indignado porque o teu cú não é nenhum mealheiro.. Razz
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david - Entrevistas Empty Makukula: "Nunca percebi se o Quique me elogiava ou se gozava comigo"

Mensagem  Ticius Qua 14 Out 2009, 06:19

O Kayserispor não é um clube fraquinho na Turquia?

[risos] Sim, não é um grande clube aqui, mas sinto-me bem onde estou. Mas também o inverso acontece: aqui pouca gente tem acesso à informação sobre a liga portuguesa e nem todos os clubes portugueses são conhecidos. Mas a liga turca é competitiva e nós estamos bem lançados, a meio da tabela.

A escolha pela Turquia foi sua ou não teve outra escolha?

Recebi algumas propostas. Estudei-as e optei pela Turquia. É verdade que estou longe da família e dos amigos e que a adaptação, por vezes, não tem sido fácil. Mas penso que foi a melhor opção. O Kayserispor queria mesmo o Makukula e demonstrou forte interesse em mim. Já há muito que não me sentia futebolista, jogar todos os domingos e sentir que os adeptos contam contigo para marcar golos, percebe? E eu já marquei quatro em seis jogos, tendo-os jogado integralmente.

Continua ligado contratualmente ao Benfica?

Sim, continuo. Tenho mais dois anos de contrato com o clube.

Foi emprestado com opção de compra para o Kayserispor?

Isso é que já não sei...

E espera voltar ao Benfica?

Não penso nisso. O futuro a Deus pertence. Agora quero voltar a ser um goleador, marcar golos. Tenho uma meta: se chegar aos 15, dou-me por satisfeito. Depois, logo se verá o que acontece, se regresso ao Benfica, se fico aqui ou se vou para outro lado.

O que lhe aconteceu no Benfica? Foi contratado por quatro milhões no mercado de Inverno de 2007/08, chegou como grande aposta encarnada e depois foi desaparecendo do mapa.

Sim, de facto é assim. São coisas do futebol. Temos altos e baixos. Cheguei à Luz como uma grande aposta, fiz alguns jogos e golos, só que depois não houve a continuidade desejada e necessária para que a minha carreira prosseguisse.

Nota-se alguma amargura.

De forma alguma. Correu mal, correu mal. Não há nada a dizer.

Chegou a criticar Chalana por o ter afastado da equipa quando a assumiu interinamente.

É verdade, mas agora não quero falar disso. Faz parte do passado. E o passado é o passado. E o Chalana também já não está no Benfica, não é?

E com Quique?

[risos] O que tem Quique?

Quique elogiou-o várias vezes mas nunca apostou em si. E acabou por o dispensar do Benfica.

Ele também faz parte do passado. Do meu e do Benfica. Não vale a pena estar a falar disso.

Mas não é estranho?

Ah, claro que é, não é? Então o homem dizia-me que eu trabalhava bem, falava comigo diariamente, elogiava-me na imprensa e depois eu não jogava? Não cheguei a perceber se ele me estava a elogiar ou a gozar comigo. Não sei se ele teria o plantel na mão ou não. Mas o comportamento dele comigo fez com que eu perdesse a confiança para jogar e treinar. Eu era bom para treinar e não para jogar.

E este ano? Quem lhe comunicou que o clube não contava consigo?

Foi o próprio Benfica.

Foi Rui Costa?

Foram os próprios responsáveis do Benfica.

E Jorge Jesus?

Nunca chegou a falar comigo. Cheguei lá e comunicaram-me que não contavam comigo. E depois, naturalmente, fiquei a treinar-me à parte.

Com Balboa e Jorge Ribeiro.

Sim, com ambos. Sei o que se passou com eles, que foram postos de parte. Eu, felizmente, consegui encontrar uma saída para a minha situação. Só espero que eles consigam o mesmo porque são bons jogadores.

E qual o jogador que mais respeitava no Benfica?

Respeitar, respeitar, bom, tenho um grande respeito pelo Maxi Pereira. Com aquele corpo [1,73 m e 70 kg] não tem medo de nada. Vai a todas as bolas divididas, inclusivamente comigo [1,90 m e 85 kg]. Ia ao choque e tem muita força. E é muito teimoso na disputa de bola. Além disso, o Luisão, que é um grande profissional e líder. Já o Cardozo é o que é: um goleador. Um pichichi [melhor marcador] para os espanhóis.
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david - Entrevistas Empty Capitão Mário Wilson já tem 80 anos

Mensagem  Mil Sáb 17 Out 2009, 15:37

É um nome incontornável na história do futebol português. Confessa, ainda hoje, que tem dois amores- o Benfica e a Académica. Mas tudo começou em Moçambique, há 80 anos. Mário Wilson está de parabéns e celebra o aniversário com uma entrevista a A BOLA.

- Lembra-se de Moçambique, das primeiras brincadeiras?
- Perfeitamente. Tanto na rua, como nos recreios, manifestava a minha enorme paixão pelo futebol, identificava-me com ele. Quer calçado ou descalço, queria era jogar.

- E o cheiro da terra de África?
- Tenho-o comigo, imortalizei-o na minha memória. E a memória tem-me sido benéfica para coisas que são prioritárias.

- Chegou a constituir uma equipa com os amigos, os «Fura-redes»...
- Isso foi no Alto Maé. Era uma zona de transição, aí já funcionava a sociedade moçambicana. Tive a sorte de ser neto de Henry Wilson...

- Que era americano. E teve uma avó que era rainha...
- Chamávamos-lhe a rainha de Tembe, mas não era bem rainha, era uma princesa, porque era filha de um dos primeiros régulos, que vivia na Catembe. Foi aí que o meu avô, no seu percurso comercial, chegou e a viu. Os régulos tinham filhas que nunca mais acabavam! O meu avô fez uma opção: casar.

- E Henry Wilson...
- Era espectacular. Pegou na minha avó em Tembe e transportou-a para Lourenço Marques. É como ir buscá-la a Almada e trazê-la para Lisboa. Dela teve seis filhos. E educou-os na África do Sul. Isso fez com que aparecesse uma mentalidade diferente em toda a família Wilson. O meu pai também era um dos que ia para lá estudar.

- O seu avô era branco?
- Branquinho! No meu ginásio, o «Mister Wilson», está a minha fotografia, mas para mim é o meu avô que lá está. Há qualquer coisa muito profunda, com raízes espectaculares. Disso não me livro.

- Que fazia o seu pai?
- Quando regressou da Africa do Sul beneficiou da situação privilegiada que o pai tinha. E instalou-se nas oficinas de electricidade e outras que este já possuía. A minha ida para Coimbra tem muito a ver com esta filosofia familiar, com o sentimento de que era preciso estudar, ter cultura, ser independente.

- Jogou numa filial do Benfica, o Desportivo de Lourenço Marques...
- É daí que aparece a minha tendência benfiquista, mais ainda quando começo a ler uma revista, a Stadium. Nessa revista aparecem fulanos africanos, o Paquete, campeão de 100 metros, o Matos Fernandes, campeão barreirista, o Espírito Santo, que era do salto em altura e da velocidade...Todos eles fizeram aparecer em mim esse primeiro amor.

- Mas vem para o Sporting!
- Eu e o Juca éramos da selecção e gozávamos de ser elementos de eleição. Já aí começa a aparecer o Costa Pereira, no Ferroviário. E há um fulano do Sporting, que tinha a papelaria Progresso, que disse: «Estes dois vão para o meu Sporting». E trouxe-nos. Em Lisboa treinava três vezes por semana e ia estudar ali para os lados dos Olivais. Morava na Praça do Chile. O meu pai, pela formação que tinha, sabia que o futebol era coisa passageira.

- Quantos irmãos tem?
- Comigo somos seis.

- Todos formados?
- Os mais novos é que vieram para Portugal formar-se. Eu, um que é psiquiatra e outro que é radiologista, viajámos para cá e é por causa dos estudos que deixo o Sporting, quando tinha acabado de ser campeão nacional. E vou para a Académica. Em Coimbra instalo-me na «república» onde estava o Almeida Santos, já com o meu irmão lá.

- Em Moçambique era conhecido por Corina!
- Corina! Isso aparece de uma forma curiosa. Quando nasço, entra em voga em Moçambique uma música portuguesa. Ainda hoje a canto: «Corina, Mário morreu»E como tive o nome de Mário, a minha madrinha chamava-me de Corina.

- Ainda o conhecem por Corina?
- Quando dizem Corina sei que estou a falar com um moçambicano. Da velha guarda, pois claro!
Campeão no Sporting

- Não veio contrafeito para o Sporting, rival do seu Benfica?
- Não, porque a minha base era os novos horizontes que Portugal me abria. Mais, vinha para substituir o Peyroteo, um dos cinco violinos. A clubite doentia nunca foi muito apanágio meu. Continuo a ter os meus dois amores (Benfica e Académica), mas libertei-me cedo da forma doentia de sentir e dizer «sou deste e não posso ver os outros».

- A viagem para Portugal levou um mês, não foi?
- Viemos no Mouzinho de Albuquerque, eu e o Juca. O Juca era um bonitão, de uma elegância fantástica, ainda por cima de raça branca. Era um dos engatatões nessa viagem. Nos bailaricos lá estava o Juca. Nós, os africanos de côr, ainda que eu tivesse uma estatura agradável, éramos segregados, punham-nos de parte de forma violenta.

- Chega a Alvalade com 19 anos, para substituir um ídolo, também moçambicano.
- E fui o melhor marcador do Sporting logo no primeiro ano e o segundo melhor do campeonato (o Julinho, do Benfica, ficou em primeiro) e campeão nacional na segunda época. Mas quando apareci, creio que nem fiz os jogos todos, não entrei logo de caras.

- Como é que passou a defesa-central?
O Sporting vai jogar uma Taça Latina e lesiona-se o Passos. Não tinham outro defesa-central, eu até era polivalente e disseram-me: «É menino para fazer o lugar do Passos?» Claro, disse que sim. E aceitei, porque antes, na despedida do Peyroteu, num jogo particular, puseram-me a defesa-central e eu abri o livro. Foi no Sporting que comecei nesse lugar. Quando vou para a Académica já vou com a sensibilidade do lugar. Não estranhei ocupar essa posição.
Na académica com ajuda do ministro

- É verdade que a sua transferência para Coimbra meteu a cunha do ministro da Educação?
- É verdade, em absoluto. Havia a famosa Lei de Opção, mas porque eu era estudante, o ministério abriu um precedente que me beneficiou. Depois apareceram outros jogadores, como o Peres, que se transferiram da mesma forma.

- Em Coimbra começa a viver num ambiente subversivo, contra o regime fascista...
- Antes vivi com o Agostinho Neto, em Lisboa. Tinhamos uma intimidade profunda. Nós, os africanos, não nos libertávamos do espírito de independência. Nessa altura reunia com Agostinho Neto, Mário Miranda, Marcelino dos Santos (que fez atletismo comigo) e outros ligados à Guiné e a Cabo-Verde. Juntávamo-nos na Praça do Chile à 2ª feira, era infalível, e íamos numa romaria até aos Restauradores. Em Coimbra junto-me a Chipenda e ao Araújo. Eles acabam por fazer a sua luta, mas entra em acção a PIDE e são presos. Depois são libertados, um pouco por minha influência. Os da PIDE chamaram-me, porque era o capitão da Académica e disseram-me: «Estes tipos queriam fugir e a gente apanhou-os a caminho da Figueira da Foz. É importante que o Capitão faça com que eles abandonem essa ideia. E diga ao Chipenda, que se quiser, deixamo-lo ir fazer os exames que tem marcados na universidade» E foi mesmo, no Mercedes da PIDE, com chaufer e tudo. Mais tarde dá-se um conflito académico de monta, que origina a paragem do campeonato por uma jornada, como forma de protesto contra a colonização. Surgem os militares e somos chamados à Praça da República para definir a nossa posição. Fui o primeiro a ser ouvido, maisd uma vez por ser o capitão. «O senhor joga ou não joga?», perguntaram-me. «Desculpem, mas preciso de falar à parte com os jogadores», respondi. Juntámo-nos todos numa sala e falei: «Temos tempo para as nossas lutas, não vamos suicidar-nos colectivamente. Acho que devemos dizer que vamos jogar. E o Chipenda,o Araújo, o N'dalo França e os demais disseram que sim. Mais tarde fugiram e entraram na luta da independência.

- Em Coimbra passa a ser o Velho Capitão...
- Foi a alcunha que mais perdurou. Porquê? Porque em Coimbra fui o eterno capitão, pela minha postura e maneira de ser. Era capitão na Académica quem tinha as habilitações mais elevadas. Até que apareceu Cândido de Oliveira e o Oscar Tellechea e disseram. «Não, o fulano que tem o perfil de capitão que nós imaginamos é Mário Wilson.» E fui capitão para sempre.

- Conheceu Mestre Cândido. Como era o homem, o treinador?
- Tive um convívio extremamente forte com ele. Foi sempre impecável. Ia para o hotel Astoria, onde vivia e falávamos horas a fio de futebol. Era um homem de grande dignidade, que gostava do bom convívio. Era uma delícia ouvi-lo. E era profundo, humano e inteligente no que defendia. Foi um dos catedráticos do futebol. Havia um grupo de doutores no café Arcádia que requisitava o Cândido e ele presidia a essas reuniões como um autêntico catedrático, com um domínio cultural impressionante sobre tudo o que se passava.

- Iniciou a sua carreira de treinador como adjunto dele, não foi?
- Sim, ainda era jogador, quando fui seu adjunto.

- Em 1963 acaba como jogador. Passa a adjunto de Otto Bumbel, depois de Janos Biri e de Mário Imbelloni e a fechar este ciclo é adjunto de Pedroto.
- Quando o Pedroto sai é que eu assumo o lugar de treinador da Académica. O Pedroto era intratável. Tinha atitudes que roçavam o racismo. Ele queria sempre ser o big boss.
«Pedroto era ele, ele e só ele»

- As grandes lutas Norte-Sul começam entre Pedroto e Wilson. E são lutas duras...
- São, são... Mas em Coimbra eu era o Capitão e os jogadores andavam à minha volta, pouco ligavam ao Pedroto. Eu era o espírito académico, o Pedroto era ganhar, ganhar...tinha uma determinação própria, um pouco a destoar daquele ambiente de Coimbra.

- Pedroto deixa a Académica por dar uma punhada num jornalista de Coimbra, não é?
- Exactamente. Ele foi acumulando pequenos ódios. Tinha coisas tal como o Pinto da Costa,de uma determinação inabalável. Uma das máximas do Pedroto era: «Morrer por morrer, que morra o meu pai, que é mais velho». Isto era Pedroto.

- Ia falar da saída de Pedroto...
- O Porto foi jogar a Coimbra e esse tal jornalista, depois do jogo, escreveu: «Este jogo antes de começar já estava perdido.» O Pedroto não esperou, foi ao café onde se reuniam os teóricos, viu o jornalista e perguntou-lhe: «Foi você que escreveu isto?». - «Fui, porquê?» E Pedroto respondeu-lhe com um soco nos queixos. Isto era Pedroto.
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david - Entrevistas Empty Quique: «Tinha uma relação intensa com Rui Costa»

Mensagem  Mil Sáb 24 Out 2009, 02:05

Cinco meses depois de ter deixado o Benfica, Quique Flores quebrou o silêncio sobre a passagem pela Luz e abordou vários assuntos como, por exemplo, a relação com Rui Costa. "Era intensa porque os dois sentimos uma forte paixão. Foi um farol, nunca um obstáculo", afirma o técnico - confirmado ontem no Atlético de Madrid - em entrevista publicada na edição online do "Expresso".

Sem qualquer mágoa pelo despedimento, o qual considera ter sido "pensado, meditado e levado a efeito com gratidão e proveito para todos", Quique Flores, de 44 anos, garante estar grato ao clube e elogia Luís Filipe Vieira. "É fácil darmo-nos bem com ele porque proporciona um tratamento excelente", sustenta, acrescentando: "A falta de horizonte com expectativas idênticas ajudou a tomar a decisão."

Timing

Quique revelou ainda que soube que ia sair "algum tempo antes de terminar a época", apontando aspetos positivos da sua passagem pela Luz. "Consegui um título [Taça da Liga] mais a formação de jovens como Sidnei, Miguel Vítor, Di María, David Luiz, Amorim e Urreta. Cheguei a apaixonar-me e fui feliz no Benfica", frisa.


Gostei do modo como falou sobre o seu tempo no Benfica e sobretudo como falou sobre as pessoas com quem lidou! Thumbs Up!
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david - Entrevistas Empty Luisão em entrevista: «Quem nos quiser tirar pontos tem de se esforçar muito»

Mensagem  Mil Sáb 24 Out 2009, 02:59

O subcapitão encarnado é uma das vozes de comando no balneário e no campo. Admite, em entrevista a A BOLA, que desde que chegou à Luz, este é o Benfica que melhor futebol pratica, mas lembra que a força de uma equipa se mede pelas suas conquistas. E essas contas só podem fazer-se no final da época. Até lá, defende, há que controlar a euforia, manter o nível e continuar a ganhar.

-Considera que este é o Benfica mais forte, desde que chegou ao clube, no início da temporada 2003/04?
- São sempre análises complicadas porque no futebol o mais forte é o que ganha. Este é o Benfica que arrancou mais forte, que arrancou melhor e que tem jogado melhor futebol, encantando todo o mundo. As coisas têm dado certo, fruto do trabalho que todos temos feito.
- Mas uma vez que a equipa já atingiu um patamar muito elevado, não temem que os adeptos vos exijam sempre mais?
- Ah, vão cobrar sempre [risos]! O campeonato é muito longo e haverá alturas em que não conseguiremos jogar tão bem. Certamente que nesses momentos haverá cobrança, portanto temos de nos manter focados para tentar manter o nível.
- A equipa marca muitos golos e sofre poucos, parece ser muito solidária...
- Solidária é o termo certo. O Jesus conseguiu implementar um estilo que exige a marcação de todos, mas ao mesmo tempo dá liberdade a cada um. Ele conseguiu colocar na cabeça de cada jogador que hoje em dia no futebol é fundamental defender bem para se poder atacar igualmente bem. É isso que tem acontecido.

«Jorge Jesus foi grande aquisição»
- Jorge Jesus tem sido uma surpresa para si?
- Surpresa não porque já acompanhava o trabalho dele nos clubes por onde passou, sobretudo os dois últimos, Belenenses e Sp. Braga, onde fez a diferença, implementando as suas ideias e aumentando a qualidades dessas equipas. Aqui tem feito um excelente trabalho, sabe muito bem o que faz, e concordo plenamente que foi uma das melhores contratações do Benfica.
- Dá a sensação de que qualquer equipa que queira vencer o Benfica tem de suar muito. Vocês também sentem isso no campo?
- Sim. Essa é a marca do Benfica. Desde que cheguei aqui houve momentos bons e menos bons, mas este ano estamos tão focados que quem nos quiser tirar pontos tem de se esforçar muito. Não damos pontos de mão beijada.
- É a equipa que tem carregado os adeptos ou os adeptos que têm carregado a equipa?
- [risos] Digamos que tem sido um bom casamento. O futebol que o Benfica está a praticar tem chamado os adeptos aos estádios e eles apoiam-nos muito.
- Festejou o título em 2005. Já tem saudades?
- Muitas [risos]. Já lá vão quatro anos... Foi algo que nunca tinha visto, foi marcante e tenho saudades. Por isso é que encaramos cada jogo como uma final, pois o nosso desejo é poder comemorar no fim da temporada.
- Como está a sua renovação?
- Estou a aguardar. As coisas vão andando devagarinho e também não tenho pressa, estou muito à vontade e confio muito no presidente.

«Gostava de terminar carreira no Benfica»
- Admite terminar a carreira no Benfica ou ainda tem o bichinho de uma aventura noutra liga europeia?
- Ainda falta muito tempo para terminar a carreira, mas o Benfica é a minha casa há mais de seis anos e tenho vontade de continuar aqui. E se um dia sair, porventura, claro que penso sempre em voltar e terminar no Benfica, pois é um clube que me acolheu muito bem.
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david - Entrevistas Empty LFV - O Futuro do Benfica

Mensagem  Mil Sex 30 Out 2009, 00:23

Luís Filipe Vieira admitiu em entrevista publicada ontem no Diário Económico que o Benfica irá vender um jogador. Não diz se já na próxima reabertura de mercado, em Janeiro, mas assume claramente que um dos elementos do plantel irá sair, mais cedo ou mais tarde. E dá o exemplo de Di María como um dos jogadores que, neste momento, têm grande cotação no mercado. O presidente encarnado afirma que chegam muitas ofertas à SAD para a aquisição de jogadores, mas como a prioridade passa agora por a equipa ser, de novo, campeã... nada feito.

"As propostas são tantas que vamos ter de saber resistir, porque o nosso objectivo passa por ganhar o Campeonato e isso só se consegue mantendo os nossos activos, mas admito que iremos vender um jogador", declarou.

"Vou-lhe dar apenas um exemplo de valorização - e não estou a dizer que o vamos vender - o caso de Di María, que está avaliado em 22 milhões de euros no fundo. E ainda ontem soubemos quanto vale Di María no mercado e posso garantir que vale muito mais", acrescentou Luís Filipe Vieira, garantindo, em contrapartida, que a SAD encarnada está "disponível para investir mais nesta equipa em termos de jogadores". "Os investimentos começaram mais estruturadamente em 2008 e continuaremos até 2010", declarou.

O líder benfiquista sustentou ainda que, neste momento, "há um futuro risonho" no Benfica em termos financeiros e organizativos. E dá um exemplo: "Para terem uma ideia da grandeza, imaginem que queríamos cobrir o passivo bancário. Garanto que bastava vender seis jogadores e cobríamos o passivo bancário", disse.

Jesus por muitos e bons anos

"Já disse que Jorge Jesus ficará no Benfica por muitos e bons anos", repetiu Luís Filipe Vieira perante a insistência dos jornalistas em saber se o actual treinador das águias se irá manter no cargo por muito tempo.

"Não tenho dúvidas de que será treinador do Benfica por muitos anos. A sua ambição representa a nossa ambição e a sua dedicação e competência são reconhecidos por todos, portanto, as condições para fazer um percurso de longa distância nesta casa estão reunidas. Nós temos um mandato de três anos e, pelo menos nesses, ele estará aqui", declarou o líder encarnado, em entrevista, ontem, ao Diário Económico.

O presidente diz não ver nas lições de inglês que Jorge Jesus está a ter, actualmente, um indício de uma futura "exportação", antes um "facto de desvalorização". "Sei a relação que temos e estou muito descansado", afirmou.

Luís Filipe Vieira disse ainda ter a garantia, por parte do técnico, de que a equipa, apesar de tanta goleada, ainda não chegou ao seu ponto mais alto em termos de rendimento. "O que o treinador nos transmite é que ainda não atingimos o máximo. Ainda estamos longe disso e, tal como ele diz, ganhar por um ou por seis garante na mesma apenas três pontos. Mas se pudermos ganhar por seis é melhor", sustentou.
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david - Entrevistas Empty LFV e Domingos Soares de Oliveira - "Benfica a curto/médio prazo"

Mensagem  Mil Sex 30 Out 2009, 23:42

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, revelou sexta-feira que a SAD só admite vender um futebolista "depois de Dezembro" e que, se tal acontecer, o mesmo "permanecerá no plantel até ao final da época".

Numa reunião informal com vários jornalistas e convidados, no Estádio da Luz, Vieira justificou essa decisão com a "aposta nos resultados desportivos", a "principal prioridade do Benfica", razão pela qual prometeu que a SAD "vai investir no reforço da equipa na reabertura de mercado", em Janeiro de 2010, apesar dos 34,8 milhões de prejuízo entretanto anunciados.

O administrador da SAD, Domingos Soares Oliveira, não identificou o jogador passível de ser negociado depois de Dezembro, mas aludiu a um futebolista do plantel "que valia 20 milhões de euros em Julho e que hoje vale 35 milhões".

Seria Luís Filipe Vieira a fazer alusão ao nome de Di Maria, cuja cláusula de rescisão foi recentemente aumentada para 40 milhões de euros porque a SAD recebeu uma proposta de 30 milhões, que recusou. "Se o Di Maria tem uma cláusula de 40 milhões é porque sabíamos que alguém estaria disposto a pagar os 30 milhões da claúsula anterior", confessou o presidente do Benfica.

Caso surja uma oferta de 35 milhões de euros pelo internacional argentino, Domingos Soares Oliveira admitiu que o Benfica "pode ser obrigado a vendê-lo", apesar da cláusula de 40 milhões, a não ser que "cubra a oferta, pagando 7 milhões, correspondentes a 20 por cento do montante daquela, ou convença os subscritores do Fundo que o jogador "tem um potencial de valorização susceptível de gerar uma proposta superior".

O presidente encarnado desvalorizou o prejuízo de mais de 34 milhões no exercício de 2008/09, na medida em que para ter um resultado positivo "bastaria que a SAD tivesse vendido um jogador", considerando que o Benfica "pode ser um clube rentável e ganhador".

"Se chegar uma proposta de 25 milhões pelo Di Maria, a Espírito Santo Fundo de Investimento Mobiliário SA (ESAF) não quererá, de certeza, vender o jogador", observou Domingos Soares Oliveira, minimizando a perda do direito do Benfica de fazer uma opção estratégica no sentido de manter o jogador.

Argumentou que esse será "um conflito positivo" para a SAD, enquanto Luís Filipe Vieira lembrou que "o Fundo não foi criado numa óptica de especulação".

Questionado sobre qual o valor do passivo global consolidado, Domingos Soares Oliveira disse "não ter esse número", fornecendo um montante de "250 milhões de euros de passivo exigível".

Questionado sobre a dificuldade de valorização e venda de um jogador acima do patamar dos 15 milhões de euros, sem o poder exibir na montra da Liga dos Campeões, Domingos Soares Oliveira contrapôs com as declarações de Luís Filipe Vieira. "Não estamos na Liga dos Campeões e o presidente disse há pouco que recebemos duas ofertas no valor de várias dezenas de milhões de euros por dois jogadores", lembrou o responsável pelas finanças da SAD, desvalorizando a participação na Liga dos Campeões no aumento dos activos do plantel, "neste momento, um dos mais assediados da Europa".

Questionado sobre o caso concreto do médio espanhol Javi Garcia, cujo passe custou ao Benfica 7,5 milhões de euros, mas está avaliado em 17 milhões no Fundo de Jogadores, Domingos Soares Oliveira remeteu para o "comité independente que avaliou e certificou" que o jogador em causa "valia 17 milhões em função do seu potencial de valorização".

O dirigente encarnado revelou que o Benfica já encaixou "22 milhões de euros dos 40" em que o Fundo foi avaliado, como retorno do investimento através da alienação dos direitos económicos dos sete jogadores que o integram.

Para Luís Filipe Vieira o valor de 40 milhões está "abaixo do forte potencial de valorização" do Fundo, o qual, revelou, poderá "vir a ser reforçado em devido tempo", visto que há "várias entidades muito interessadas em fazê-lo".

Quem justificou a ausência do nome do internacional paraguaio Óscar Cardozo no referido Fundo foi Domingos Soares Oliveira: "Fez 26 anos e a idade limite para integrá-lo são 25".

Domingos Soares Oliveira afirmou, em Junho, numa entrevista, que o Benfica teria necessidade de vender dois ou três jogadores no Verão, caso contrário iria debater-se com dificuldades de tesouraria, mas volvidos 4 meses Luís Filipe Vieira não só diz que não vende até Dezembro, como promete ainda "investir mais no reforço da equipa".

"A constituição do Fundo de jogadores resolveu parte do problema", esclareceu Domingos Soares Oliveira, sugerindo que o Benfica enveredou "pela via mais difícil" e que soube "inovar a nível de patrocínios".

O resultado negativo do exercício foi justificado pelo administrador da SAD do Benfica com "os maus resultados desportivos da época 2007/08", traduzidos no quarto lugar no campeonato e a consequente ausência da Liga dos Campeões, que custou ao Benfica um encaixe de 12 milhões de euros, "penalizando os resultados operacionais, agravando o passivo, os encargos financeiros, a massa salarial e baixando as receitas", já para não falar dos "custos com a rescisão de Quique Flores".
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david - Entrevistas Empty Luisão: «A minha vontade é acabar no Benfica»

Mensagem  El Argentino Seg 02 Nov 2009, 12:39

Em declarações à Benfica TV, depois do anúncio da renovação do contrato com as águias até 2013, Luisão mostrou-se bastante satisfeito por prolongar o vínculo com o clube da Luz e manifestou vontade de continuar a ajudar a equipa a crescer, de forma a conquistar títulos em Portugal, mas também a marcar forte presença na Europa.

"Sinto-me muito contente por ter renovado. Tenho o maior carinho por este clube que me acolheu há já 6 anos. É uma felicidade imensa poder continuar aqui. No final do contrato serão 10 anos de Benfica", começou por afirmar o defesa.

"Apesar de ter 28 anos, penso que posso contribuir ainda muito pelo clube. Quero fazer parte desse crescimento em campo, mas também fora dele, ajudando os companheiros que chegam e em tudo o que o presidente pedir. Estou com o entusiasmo próprio de quem está chegando pela primeira vez ao clube. Se, por alguma situação, não cumprir o contrato até 2013, espero poder regressar de modo a acabar aqui a carreira. É essa a minha vontade", acrescentou.

Questionado sobre o que considera ser a grande diferença do Benfica em relação aos outros clubes, o sub-capitão destacou a forma como, actualmente, tudo está devidamente organizado. "A organização é a principal diferença. O presidente pegou no clube numa situação complicada, mas conseguiu voltar a colocar esta casa gigante no rumo do sucesso. Este clube é uma referência, sempre elogiado, em qualquer lado.", elogiou.

Feliz em Portugal, Luisão destaca a entrada no clube e a conquista do título nacional como os principais momentos da sua experiência de encarnado ao peito. "O momento da chegada ao clube e a conquista do título foram especiais. Mas, cada jogo na Luz ou mesmo fora, são momentos marcantes. A coisa mais bonita é ver as bancadas do nosso estádio cheias. Nós, jogadores, ficamos muito felizes com isso. E fazemos votos para que isso continue assim".

Luisão sabe que, por ser considerado o líder da defesa, tem sempre as atenções centradas em si, mas não se intimida com isso. "A responsabilidade é grande, mas nunca fugi a elas. Tenho de estar preparado. E como ainda quero jogar mais uns anos, tudo farei para cumprir os meus sonhos. Quais? Ganhar o Campeonato, levar bem alto o nome do Benfica pela Europa e, individualmente, estar com a selecção brasileira no Mundial de 2010 na África do Sul".

"Benfica incomoda muita gente"

A derrota em Braga, no passado sábado, não foi suficiente para quebrar o entusiasmo com que a equipa encarnada tem encarado esta temporada. "O ambiente está muito bom. Sabemos que a equipa está a crescer, mas ainda longe do que pode render. O trabalho está bem feito e estamos satisfeitos. Lamento a derrota de sábado, mas numa prova com 30 jogos é normal perder um ou outro. Importante é continuar no bom caminho", esclareceu. "Vamos sair mais fortes deste desaire e tentar reagir já quinta-feira, em Inglaterra, com o Everton".

Sobre os incidentes verificados em Braga, Luisão fez questão de os lamentar. "Foi lamentável o que se passou. O futebol acabou por ser uma coisa feia quando deve ser apenas bonita. Considero que existiu alguma falta de respeito com os nossos jogadores. O Braga bateu-se bem, mas existiram algumas influências duvidosas. O Benfica incomoda muita gente em Portugal, até clubes que não estão directamete envolvidos nos jogos...", atirou.

Para segunda-feira, na recepção à Naval, Luisão pede mais uma casa cheia na Luz. "Queremos que lotem o Estádio, que nos ajudem a voltar às vitórias, pois como viram em Braga, perdemos mas lutámos imenso. O líder tem uma deslocação complicada, mas nós temos é de vencer o nosso jogo e depois esperar para ver o que sucede nos outros jogos", finalizou.
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david - Entrevistas Empty JVP

Mensagem  Mil Dom 27 Dez 2009, 06:17

R - Por que motivo escolheu o Benfica quando saiu do Boavista pela segunda vez?
JVP - Tive contactos com Sporting e FC Porto desde muito novo. Tudo começou num torneio em Évora, ainda como iniciado. Fui o melhor jogador e alvo do interesse de Aurélio Pereira (grande mestre do futebol) e do senhor Manuel Ferrão, falecido há cerca de uma semana. Quiseram levar-me então para Alvalade. E o mesmo aconteceu com o FC Porto. Lembro-me das viagens de comboio que fazia do Porto para Lisboa com o senhor Costa Soares, elemento da formação portista, em que ele tudo fez para me levar para as Antas.

R - Não foi porquê?
JVP - Porque o major foi sempre intransigente. Nunca deu a mínima hipótese de conversa e eu próprio também não estava inclinado a aceitar convites. Sempre segui o raciocínio segundo o qual era muito mais difícil chegar a sénior no FC Porto, no Benfica ou no Sporting do que no Boavista. Para o meu objetivo de chegar à Liga, estava bem no Bessa. Sempre entendi que a transferência tinha tempo para acontecer.

R - E o que desequilibrou os pratos da balança para o Benfica?
JVP - Estava em estágio com a Seleção, em Chicago, em 1992, quando soube de um acordo entre o major e Sousa Cintra, na altura presidente do Sporting. Cintra e Manuel Fernandes foram ao hotel ter comigo dando-me conta que estava assinado um acordo entre os clubes e que só faltava a minha assinatura para consumar o acordo. Ouvi mas não tomei qualquer decisão. Preferi esperar um pouco.

R - Por algum motivo especial?
JVP - Não, apenas porque queria um pouco de tempo. Dias depois, soube que o Benfica também estava interessado em mim. Lembro-me perfeitamente porque soube a notícia quando me encontrava no último andar daquele que era, à época, o edifício mais alto do Mundo. Não sei explicar mas pareceu-me premonitório. Optei pelo Benfica e em boa hora o fiz.

R - Como decorreram as primeiras semanas na Luz?
JVP - Quando cheguei deparei-me com um clube enorme e uma equipa experiente, recheada de grandes jogadores como Mozer, Vítor Paneira, Veloso, Neno, Silvino, Rui Águas, entre outros. Tive algumas dificuldades iniciais, eu, como o Rui Costa, o Hélder e o próprio Mostovoi... O treinador era o Ivic, uma pessoa peculiar. Percebi logo que não iria ser primeira opção. Comecei a jogar na chamada equipa Coca-Cola, a dos suplentes, e não estava a achar graça àquilo.

R - Chegou a pensar em sair?
JVP - Pensei, pensei. Antes de um jogo no estágio na Suécia, estava na bancada com o Mozer e disse-lhe que ia regressar ao Boavista, porque a minha ambição era jogar e ali não teria hipóteses. Lembro-me que ele ouviu e respondeu-me com impressionante serenidade: "Calma garoto, as coisas mudam muito rapidamente. Dá tempo ao tempo que a tua hora vai chegar." Lá me fui aguentando, a treinar como sempre, mas sem grande esperança.

R - Quando é que chegou a sua hora?
JVP - Nada me indicava que seria titular no primeiro jogo do campeonato. Estava na cabina quando ouvi o meu nome no onze. Fiquei surpreendido mas deitei mãos à obra. Lá está, por isso digo que também fui bafejado pela sorte. No jogo em que precisava de me afirmar, joguei e marquei o golo da vitória na deslocação a Santo Tirso - ganhámos 2-1, num terreno tradicionalmente complicado.

R - Nessa época sofreu o pneumotórax. Lembra-se do que passou na altura?
JVP - De todas as lesões que sofri, essa foi a única a pôr em risco a própria vida. As outras foram mais osso menos osso partido, mais ligamento menos ligamento rompido, enfim, afastaram-me dos relvados mas não beliscaram a minha integridade. No início não me preocupei, porque não me apercebi da gravidade do estado de saúde.

R - Nem devia ter feito a viagem para a Escócia...
JVP - Pois não, foi um risco quase inconsciente. Podia ter-me ficar no avião. Fiz a viagem toda a dormir e quando cheguei ainda fui treinar-me. Dei meia volta ao campo com o Rui Águas, que também estava lesionado, e ele disse-me: "Vê lá se te aguentas, porque eu não vou conseguir jogar." Ouvi-o e respondi: "Nem penses nisso, eu estou muito pior do que tu." Parei logo a seguir, fui para o hotel e, porque as dores continuavam, levaram-me a uma clínica. Aí é que tomei verdadeira consciência do que estava a passar-se. Bastou-me olhar para a cara dos médicos para perceber tudo.

R - Essa temporada culminou com a final da Taça de Portugal ganha ao Boavista (5-2). Que análise faz a essa equipa do Benfica?
JVP - Uma equipa fabulosa. O campeonato não correu bem mas a vitória na Taça compensou um pouco a frustração - era sempre importante ganhar uma competição. Futre, Rui Costa, Mozer, Paulo Sousa, Isaías, Paneira, Schwarz... meu Deus, era um luxo. Talvez o problema fosse não funcionarmos muito como equipa, porque em termos individuais tínhamos tudo para sermos campeões.

R - Poucos dias depois dessa final, nasce o chamado Verão Quente na Luz...
JVP - A memória desse momento é que o Benfica passava por uma crise tremenda. O presidente era o falecido Jorge de Brito, excelente homem e grande dirigente, mal ajudado e compreendido, a quem sempre reconheci fantástica dedicação ao clube. Aos 21 anos, apercebi-me das dificuldades e preocupei-me. Por vezes, alguns companheiros davam-me a entender que a situação era catastrófica e que estavam prontos a sair. Depois alertavam-me para o facto de estar mal pago em comparação com outros que nem sequer jogavam, enfim, fui também eu fazendo a minha avaliação.

R - Quando decidiu que também estava disposto a sair?
JVP - Não houve um dia em especial. Também sabia que os salários estavam atrasados e que era cada vez mais difícil esse cumprimento básico por parte do clube. Quando o Sporting entrou em contacto comigo, o que me disseram taxativamente é que tinha justa causa para rescindir o contrato com o Benfica. E foi nessa perspetiva que avancei.

R - Mas era ou não verdade que podia?
JVP - Mais tarde disseram-me que, de facto, não havia justa causa - e se assim fosse, teria de ser eu a pagar uma avultada indemnização ao Benfica. Depois de falar com responsáveis fiquei a saber que o clube não estava assim tão debilitado como se dizia, que não estava à beira da ruína como o pintavam. Quando me apercebi do que tinha feito e da situação em que me encontrava, entrei em contacto com o presidente Jorge de Brito, que foi ter comigo a Espanha, para onde me desloquei após a assinatura do compromisso com o Sporting. Regressei então à Luz e assinei um novo contrato com o Benfica.

R - À distância de 16 anos, acha que esse episódio teve alguma influência na grande época que fez em 1993/94?
JVP - Não creio que as duas coisas estejam relacionadas. De qualquer modo essa foi uma temporada fantástica, porque o Benfica foi campeão e as coisas correram-me muito bem - fiz 34 jogos, marquei 15 golos e sei que contribuí fortemente para o sucesso da equipa.

R - Andou mesmo com o Benfica às costas durante aquelas épocas de jejum?
JVP - Essa expressão, que ouvi centenas de vezes, era um exagero. Por um lado encerrava o reconhecimento do meu valor, por outro aumentava a responsabilidade. Não vou agora comentar o conteúdo, digo apenas que era uma forma dos outros me distinguirem em tempos muito complicados para o Benfica. Não se esqueça de que em dois anos tive 40 e tal companheiros diferentes.

R - As consequências do título solidificaram elos de ligação ao clube. Em janeiro de 1997 assinou o célebre contrato vitalício com o Benfica...
JVP -Assinei por 7 anos (4 mais 3), que era o máximo permitido por lei. Depois do título em 1994 eu tinha vontade de continuar e o Benfica, na figura do presidente Manuel Damásio, também. Mais: ambos desejávamos que terminasse a carreira na Luz. Mas o que faz mover o futebol são os resultados e o que se faz hoje pode cair no esquecimento logo a seguir. Sem ganhar num clube como o Benfica a imagem degrada-se. Enquanto o presidente foi Manuel Damásio, o clube preservou o meu estatuto junto da direção, dos treinadores, dos adeptos...

R - Tudo mudou com a mudança de presidente?
JVP - Com a chegada de Vale e Azevedo tornou-se impossível a minha permanência no clube. Muito aguentei eu.

R - Quando percebeu que tinham chegado problemas insolúveis?
JVP - Antes mesmo de ele chegar. Há uma história curiosa, que por vezes recordo com o Rui Costa. Estávamos no Euro'96, em Inglaterra, e o Rui era o meu companheiro de quarto. O Vale e Azevedo candidatou-se à presidência pela primeira vez e queria contratá-lo. Num dos telefonemas que ele fez estávamos os dois no quarto. Disse ao Rui que gostava de o ver regressar (até aí tudo bem), que ia ser o capitão de equipa e mandar naquilo tudo... Acabou por não ganhar mas anos depois, quando chegou à presidência, bastou lembrar-me desse telefonema para antever o que me esperava.

R - Foi exatamente como esperava?
JVP - Foi pior. No primeiro dia de Benfica chamou-me à parte e disse-me que tinha de ir embora porque se não o clube ia à falência. Ainda me aguentei e resisti o mais que pude à pressão que foi exercendo quase diariamente.

R - De que forma?
JVP - Com palavras e atitudes que acabaram por envolver os próprios treinadores - Souness e Heynckes. Ir todos os dias para a Luz começou a ser um castigo.

R - Houve possibilidades de sair nessa altura?
JVP - Talvez tenha havido. Numa altura em que tinha sido operado ao maxilar, quando nem sequer conseguia falar, chamou-me ao escritório dele. Informou-me que me tinha vendido ao Deportivo Corunha, para eu falar com eles e decidir o meu futuro. Assim, de caras, sem o mínimo respeito, mais que não fosse pelo facto de eu não poder falar. Dessa vez resisti, também porque os adeptos se movimentaram, mostrando publicamente que desejavam a minha continuidade.

R - Mas esse apoio não durou até ao fim...
JVP - Os focos de instabilidade sucessivos, acompanhados pelos maus resultados, conduziram à divisão da massa associativa. Percebi claramente que, aos poucos, fui deixando de ter condições para continuar.

R - A saída era mesmo inevitável?
JVP - Acredito que sim. Mas só saí porque o fiz livremente, antes de um Campeonato da Europa. Aceitei porque ainda tinha mercado e, escudado nessa vantagem, arrisquei. A partir do momento em que rescindi com o Benfica, num domingo, com a célebre notária de Vale e Azevedo, marquei a conferência de Imprensa, no fim da qual recebi o contacto de dois clubes que me agradaram.

R - Que foram...
JVP - O Sporting de Augusto Inácio e o Newcastle de Bobby Robson. Era muito cedo para decidir mas fiquei muito feliz por saber que tinha alternativas automáticas. No entanto, preferi fazer o Europeu e só depois tomar a decisão definitiva.

R - Vale e Azevedo foi o maior pesadelo da sua carreira?
JVP - Quando foi para o Benfica, percebi que não via caras nem corações. Ele falava connosco nos olhos mas não sabíamos se estava a falar a sério ou a mentir - normalmente era a mentir, sobretudo a mim quando me chamava para dizer que ia pagar os salários aos jogadores no dia X e depois só passado um mês é que o dinheiro aparecia. A partir de uma certa altura tive de dizer aos companheiros que o meu papel era o de lhes transmitir o que o presidente me dizia. Se ia pagar ou não, não fazia a menor ideia. No fim, já ninguém acreditava nele. Vistas as coisas à distância de tantos anos, no Benfica meti-me em guerras que não eram minhas. Dei sempre a cara como capitão mas em certos conflitos devia ter-me refugiado. Serviu-me de exemplo para o futuro, principalmente quando fui para o Sporting.

R - Houve ainda aquela história do contrato por objetivos...
JVP - Exatamente. Chegou-se ao pé de mim e disse-me que, como capitão, tinha de assinar um vínculo igual aos outros, para dar o exemplo. Na altura tinha o meu contrato e respondi que ia cumpri-lo até ao último dia. A ideia era transmitir que, no Benfica, o jogador só recebia se ganhasse os jogos. A proposta que me fez foi esta: mantinha o contrato e aumentava a verba em caso de vitória, ou seja, passava a ganhar muito mais. Disse-lhe: "Se era para isto já podia ter-me chamado há mais tempo." Esse disparate só para poder anunciar que também eu tinha contrato por objetivos.

R - Souness refletia no dia-a-dia esse desejo institucional de o verem pelas costas?
JVP - Olhava para ele como para o presidente. Não o via como meu treinador porque ele estava ali para me tramar, para me entregar recados de alguém. E como o fazia? Criando problemas sucessivos que chegaram ao ponto de não me pôr a jogar. Nesse capítulo, o Souness foi o braço direito de Vale e Azevedo.

R - Depois ainda trabalhou com Jupp Heynckes. Os problemas foram os mesmos?
JVP - Na sua essência foram, mas o Heynckes foi mais inteligente a fazer as coisas. Menos visível para quem estava de fora mas com um comportamento claro para quem vivia o clube por dentro. Diria que a toada foi a mesma.

R - Para todos os efeitos foi ele quem avalizou tecnicamente a sua saída do Benfica...
JVP - Sim, mas passados uns dias, estava no Europeu, telefonou-me a dar os parabéns pelo golo à Inglaterra e para dizer que nada tinha a ver com a minha dispensa.

R - Acreditou nele?
JVP - Quando ele telefonou o golo à Inglaterra já lá morava e eu já estava dispensado do Benfica. Não acreditei nem deixei de acreditar.

"Andei perto da perfeição"

R - De tudo quanto fez no futebol, o destaque vai para os 6-3 ao Sporting em Alvalade...
JVP - Foi o jogo que marcou a minha carreira e que me vai identificar até ao final da vida.

R - Há alguma história desconhecida relacionada com esse momento?
JVP - Raramente falava com a minha mãe antes dos jogos e se isso acontecia era sobre coisas que nada tinham a ver com futebol. Na véspera desse jogo falámos pelo telefone, dentro do registo habitual - queria saber como me sentia, se estava nervoso ou não. É curioso porque ela nunca se deslocou a um estádio para me ver, preferia assistir aos resumos no final do dia, porque então já sabia que eu tinha chegado inteiro a casa. Isto para chegar à despedida da conversa. Sem vir a propósito, rematou o diálogo com uma frase enigmática: "Vais ganhar, filho." Ainda hoje não sei por que o fez. Mas aquilo saiu tão espontâneo que alguma coisa a impeliu a dizê-lo.

R - Que efeitos teve na abordagem ao jogo?
JVP - Guardei aquilo para mim e fiquei a pensar no significado das palavras. No dia seguinte, quando saímos do hotel no Guincho para o estádio, dei comigo a recordar a premonição da minha mãe. Era um jogo decisivo, estava em causa o campeonato e recordo-me de ir no autocarro em silêncio, concentrado... Quando existe muita pressão, o jogador debate-se com receios, angústias, dúvidas, e é nesses momentos que antecedem a entrada em campo que mais nos entregamos a nós próprios, às nossas reflexões, aos truques que cada um tem para se alhear um pouco do que está para vir.

R - Estava mais bem-disposto ou mais receoso?
JVP - Quando demos um passeio de manhã pelo Guincho ainda estava só bem-disposto, talvez por faltar algum tempo para o jogo começar. O pior é sempre quando vamos para o lanche, antes de entrarmos no autocarro. Quando chegou esse instante tive a perfeita consciência da importância do dérbi. Não podíamos falhar. Estávamos com 1 ponto de vantagem sobre o Sporting, a quatro jornadas do fim e jogávamos em Alvalade.

R - Com esse cenário quase sacro, encontra explicação para o que fez?
JVP - Não consigo explicar. É daquelas coisas que acontecem no momento e dificilmente se repetem. Ninguém é capaz de dizer, com antecedência, que vai fazer este drible assim, entrar na área e rematar. São decisões tomadas em frações de segundo... No primeiro golo nos 6-3, por exemplo, alterei a colocação do pé na bola no último instante. Era para rematar de uma forma e fi-lo de outra. A bola podia ter ido para as bancadas mas entrou no ângulo. Acontece.

R - Que foi o jogo da sua vida todos sabemos. Mas foi o melhor?
JVP - Foi, eu acho que sim. E é interessante porque na primeira meia hora nada me saiu bem. Falhei muitos passes, perdi alguns lances, tive dificuldades nas receções... Até ao primeiro golo não perspetivava uma noite de glória, bem pelo contrário. Depois disso foi um jogo quase perfeito. A perfeição não existe mas nunca andei tão perto dela como nessa noite.

«Quando insultei Souness...»

R - Houve algum episódio mais picante na vossa relação?
JVP - Num jogo com o FC Porto, na Luz, estava eu lesionado. Como capitão desloquei-me à cabina antes do encontro - o Souness tinha acabado de dar a palestra aos jogadores. Entretanto, e como é norma suceder, os elementos do onze dirigiram-se para o túnel, enquanto os outros ficaram um pouco para trás. Eu pensava que era o último, mas o Souness e o Vale e Azevedo atrasaram-se ainda mais. Quando olhei, vi o treinador a apontar para mim e a olhar para o presidente, dizendo em voz alta que eu era um mau profissional. Perdi a cabeça e disse-lhe tudo. Foi a única vez que insultei um treinador.

R - Recorda-se de um jogo em Alvalade que o Benfica venceu 4-1?
JVP - Lembro-me. Fiquei no banco, entrei e fiz o quarto golo.

R - Nesse dia não houve conflito?
JVP - Não me lembro. Mas talvez tenha havido qualquer coisa. Digo-lhe mais: se me fala no assunto é porque houve de certeza. Eles recorriam a tudo para ver se eu saía do clube.
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david - Entrevistas Empty Léo, um ano depois: «Com Jesus ainda estava no Benfica»

Mensagem  Ticius Ter 29 Dez 2009, 05:44

Maisfutebol: Léo, está quase a fazer um ano que rescindiu com o Benfica. Qual o sentimento?
Fico um pouco triste. A minha saída foi prematura. Sempre contei com o apoio do presidente e do Rui (Costa). Eles viram como eu estava. Saí por causa do treinador. Não estava feliz. Ele complicou-me muito a vida.

Mas os problemas começam quando, em concreto?
Foi no jogo de Nápoles. Até evitei um golo em cima da linha, mas depois ele culpou-me pela derrota. Mostrei a minha insatisfação e o ambiente ficou impossível. Eu nem o conheço como treinador, nunca ganhou nada! cheers Como amigo, também não o quero. Nem sequer conhecia a grandeza do Benfica.

Mas os problemas familiares que tinha também contribuíram para a saída, não?
Sim, mas até então eu estava a conseguir separar as coisas. Mas com este treinador não dava. Eu não queria perturbar o ambiente.

Com outro treinador ainda estava no Benfica? Se Jorge Jesus tivesse chegado um ano antes, ainda cá estava?
De certeza. Com Jorge Jesus ainda estava no Benfica. Nunca contactei com ele, mas já admirava o seu trabalho. Eu vi aquilo que ele fazia nas equipas que treinava. Para além disso conhece bem os jogadores, e conhece a grandeza do Benfica. O Quique não conhecia.

Com uma saída tão rápida, nem deu para despedir convenientemente?
Não deu para despedir de ninguém. Nem deu para despedir dos adeptos. Mas essa é uma promessa que eu deixo: vou voltar à Luz, para me despedir dos adeptos. Se for preciso dar explicações a alguém, eu dou. A dimensão do Benfica é muito maior do que o Quique, por isso sou eu que tenho de dar explicações. Devo muito aos adeptos do Benfica, e quero voltar a sentir o ambiente da Luz.

Saiu sem ser campeão. Guarda essa mágoa?
Sim. Quem não quer ser campeão no Benfica? Mas a vida é assim mesmo.

É este ano que o Benfica regressa aos títulos? Tem acompanhado os jogos? Quais os jogadores que mais o têm impressionado?
É a melhor equipa dos últimos anos. Tem aquele espanhol no meio-campo, que joga muito bem. (Javi García). Esse mesmo! E depois tem também o Ramires.

E o Di María, com quem formou dupla no lado esquerdo. É este o ano da sua afirmação?
Acredito que sim. Ele tem uma boa cabeça, é um jogador dedicado, e a qualidade nem se coloca em causa.

Como foi o regresso ao Brasil, e ao Santos? Correu bem?
Tenho um carinho muito grande pelos adeptos do Santos, e eles por mim. É uma relação anormal, até. O meu regresso foi muito bom. Cheguei ao clube certo, no momento certo. A última época não correu muito bem, mas agora as coisas vão melhorar. O próximo ano será muito importante.
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david - Entrevistas Empty Fábio Faria e o Benfica: «Vou concretizar um sonho de miúdo»

Mensagem  Ticius Qua 13 Jan 2010, 01:52

Pela primeira vez, Fábio Faria fala abertamente da transferência para a Luz: Rio Ave recebe dois milhões de euros e o central tem um contrato de quatro anos à sua espera.

O jovem defesa-central vai chegar à Luz no início da nova temporada. Benfiquista desde pequenino, o vila-condense agora chora de alegria pelo futuro clube.

No último sábado fez o pleno nos jogos frente aos grandes e, simultaneamente, a estreia com o Benfica: como se sentiu?
- Entrei tranquilo como entro em todos os jogos, mesmo estando pela frente a minha futura equipa. Apesar de não ter actuado na minha posição, fiz o meu trabalho.

Alguma sensação especial por ter defrontado o seu futuro clube?
- Houve um ligeiro acréscimo de motivação, em nada alterando a minha preparação ou forma de ser e de estar. Sabia que os adeptos do Benfica iam estar atentos, mas penso que correu tudo bem.

Foi a primeira vez que o Benfica mostrou interesse?
- Na formação, quando o Fábio Coentrão foi para o Benfica, tive conhecimento de que o presidente Luís Felipe Vieira também me queria para fazer dupla com o Miguel Vítor nos juniores, mas achou-se que seria melhor continuar a evoluir aqui.

E o FC Porto, quis ou não contratá-lo?
- Só tive conhecimento disso através da comunicação social.

Do estrangeiro, falou-se no Machester City, PSG e At. Madrid...
- Também só li isso nos jornais.

Contrato de quatro anos e dois milhões pelo passe é enorme manifestação de confiança no seu valor...
- Não estava à espera de ver envolvidas verbas tão elevadas na minha transferência. Isso agrada-me, pois quer dizer que o meu trabalho foi reconhecido e que o Rio Ave vai ganhar com isso.

É o concretizar dum sonho?
- É, pois sou mesmo benfiquista desde pequenino.
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david - Entrevistas Empty Entrevista com Franco Jara

Mensagem  Mil Sex 05 Fev 2010, 05:35

No dia em foi chamado pela segunda vez por Diego Maradona para se integrar nos trabalhos da selecção argentina, Franco Jara abriu as portas da sua casa a O JOGO. Em entrevista exclusiva, o avançado que os encarnados resgataram ao Arsenal de Sarandi falou de tudo sem falsos constrangimentos. Jara é assim mesmo: humilde, emotivo, espontâneo e autêntico. De sorriso aberto e com a noiva, Coki, a seu lado, mostrou detalhadamente cada divisão do humilde apartamento, situado perto do centro de estágio, onde pouco mais tem do que quatro cadeiras, uma mesa, a cama, um frigorífico e um pequeno televisor. O mate aquecia-lhe o coração, e as palavras foram voando até à longínqua capital portuguesa com paragem obrigatória na Luz. Jara tem muitos sonhos...

Porque demoraram tanto as negociações com o Benfica?

Não sei, mas não desejo a ninguém todo o tempo de sofrimento que passei sem saber se fechava ou não. Foram dias de muita ansiedade. Chegava a casa, olhava para a televisão, para o tecto, e dava em louco. Diziam que vinham depois das férias, mas como não vinham, pensei que já não me queriam. Por sorte, afinal tudo ficou resolvido. Percebi que as negociações nunca são fáceis.

O que conhece do Benfica?

Sei que tem grandes jogadores e que luta sempre por títulos. Disseram-me que tem uma massa associativa impressionante, e vou tentar corresponder a todo o carinho que sei que me irão dar.

E Rui Costa, conhece?

Nunca o vi, mas já me falaram da sua grandeza como jogador. Será um prazer conhecê-lo.

Já esteve alguma vez em Portugal?


Não, mas já me disseram que é um país muito bonito. Sei que Lisboa é uma cidade charmosa, com gente amável. Sei que entendem espanhol, mas eu quero aprender português.

Está preparado para se transferir para um clube tão grande como o Benfica?

Estou muito entusiasmado, mas o futebol é igual em todo o lado. São 11 contra 11, e há uma bola. Quero devolver ao Benfica toda a confiança que depositou em mim.

Sente uma maior responsabilidade por o Benfica ter gasto cinco milhões na sua contratação?

Às vezes, penso e ainda me surpreendo mais: quando fui do América para o Alem, dois clubes da minha terra, Córdova, o meu passe valia um par de chuteiras e uma bola. Agora, o Benfica paga cinco milhões de euros. Incrível, não é? [risos] Quando era pequeno, via sempre os jogos na televisão e pensava quando é que chegaria a minha oportunidade. Por sorte, aconteceu agora.

O que podem os adeptos esperar de si?

Um jogador com muitas ganas, que não dá uma bola por perdida e que põe muita vontade e determinação em cada lance. Tentarei marcar muitos golos. Vou defender a camisola do Benfica até à morte.

Que mensagem deixa aos adeptos do Benfica?

Espero que me aceitem bem, porque vou fazer tudo para dar-lhes o melhor de mim. Prometo-lhes sangue e tomates ["huevos"] à Argentina. Vou dar a vida pelo Benfica.


Quais são os seus principais objectivos?

Quero terminar da melhor maneira no Arsenal e adaptar-me o mais depressa possível ao Benfica. Oxalá possa ficar muitos anos. Sonho ganhar muitos títulos.

Já se diz que se irá proteger nestes últimos meses de Arsenal para não se lesionar. É verdade?

Não. É mentira. Vou meter o pé como sempre, por mais que já me tenham vendido. Quero sair bem do clube, com uma boa imagem.

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david - Entrevistas Empty Re: Entrevistas

Mensagem  Ticius Sex 05 Fev 2010, 05:42

vai dar sangue e tomates a outro... só quero boas exibições e golos!!!
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david - Entrevistas Empty João Manuel Pinto. "O Paulinho Santos detestava o João Vieira Pinto, aliás detestava o Benfica"

Mensagem  El Argentino Sáb 13 Fev 2010, 03:53

Este é João Pinto. Não confundir com o outro, o João Pinto do FC Porto, com quem jogou, nem com João Vieira Pinto, com o qual não fala desde 2001, depois de lhe ter cuspido na cara. Este não foi um artista mas jogou no Belenenses, no FC Porto e no Benfica. E ganhou oito títulos, todos no Dragão. Quando se fala de túneis e agressões, este João Pinto, o João Manuel Pinto, tem um par de histórias para contar. Na primeira, na segunda e na terceira pessoas.

Que é feito do João Manuel Pinto?

O João Manuel Pinto abriu agora uma escola de futebol aqui, em Tarouca, ao pé de Lamego. E está a correr bem, é uma coisa que sempre quis. Os meus sonhos sempre foram muito pequeninos. E concretizei-os quase todos. Mas também gosto de sonhar pouco [risos].

E o futebol deu-lhe aquilo de que precisava?

Obviamente gostava de estar muito melhor posicionado, como outros grandes craques, como o Rui Costa, e ter ganhado grandes salários [risos]. Mas primeiro a saúde e depois que venha o resto.

Mas teve juízo a gerir o dinheiro?

Sim, sim... Quer dizer, há sempre aquelas coisas da juventude. Sabe como são os jogadores de futebol com os carros de grande cilindrada. E eu não fugi à regra, não é? Comprei o meu Porsche Turbo - lá está, outro sonho desde pequenino, mas este era um sonho grande - quando fui para o FC Porto, em 1995.

Tinha 22 anos e vinha do Belenenses nessa altura. Como foi chegar ao FC Porto?

Fui muito jovem para o FC Porto e chego lá e vejo grandes jogadores, símbolos, mitos do clube. Dias maravilhosos com títulos, festas. O Jorge Costa era o maior, impunha as regras, profissionalismo, sempre a querer levar o clube mais longe. Mas o Paulinho, o André, o João Pinto... enfim... Está a ver a gama, não está? Foi um prazer aprender lá.

Foi Bobby Robson quem mais o marcou?

Sempre com um sorriso. Não era só o trabalho, mas o prazer que nos proporcionava a trabalhar. Divertíamo-nos. Eu era uma espécie de arma secreta dele, entrava a ponta-de-lança para marcar golos por ser alto. E a coisa dava resultado! Ele tinha um feeling especial para as substituições. O Bobby tinha arte no que fazia. As expressões... [risos]. Não falava bem português e dava-nos para rir. Era um treinador engraçado.

E porque é que o Jorge Costa é o Bicho?

Eh pá, por ser forte fisicamente, um comboio. Naquela hora e meia jogava a vida.

O João ganhou oito títulos e foi parar à equipa B. Como é que isso aconteceu?

Políticas, empresários - e o jogador às vezes é apanhado no meio. Havia uma rivalidade forte entre o meu manager, que era o Veiga, e o presidente Pinto da Costa - e paguei eu. Confiava no Veiga e, quando chegavam propostas do estrangeiro ao FC Porto para me contratarem, ia sempre dizendo que não, a conselho dele. "Não faças isso porque tenho outros interessados."

Arrependeu-se?

Temos segundos para decidir a vida. Não sabia o que fazer. Se previsse, teria escolhido sempre a opção certa.

Está-me a dizer que escolheu a errada.

Obviamente que não foi uma opção muito boa para mim, mas acabei por ir para o Benfica.

E como é que isso se processou?

A seis meses de acabar o contrato, recebi uma proposta do Sporting, porque o Veiga dava-se bem tanto com o Sporting como o Benfica. Mas a escolha foi do meu empresário e eu acabei por concretizar um sonho (este dos grandes!) porque sempre fui benfiquista! Era uma coisa de criança, mas perdi dinheiro.

E o FC Porto pagou-lhe o que devia?

Sim, sim. Não cumpriram comigo durante três meses por causa das politiquices, mas ficou tudo resolvido.

Chega ao Benfica e a capitão de equipa.

E em apenas seis meses! Foi tudo tão rápido... O Meira, que era o capitão, tinha ido para a Alemanha e o Enke, o capitão seguinte, deixou de jogar pelo Benfica. Depois era o Drulovic e eu na hierarquia.

E caiu bem no balneário? Afinal de contas, eram dois ex-FCP com a braçadeira.

Havia três... Três, não! Quatro, eu, Argel, Zahovic e Drulovic. E viemos para um clube que estava em reconstrução. Tinha tido aquele presidente que fez o que fez [Vale e Azevedo]. Quando entrei no Benfica fiquei de boca aberta com as condições do clube. Estava em cacos!

Mas em pouco tempo passou de titular e capitão a suplente.

Quando saiu o Jesualdo... O Chalana, no jogo de transição, põe-me de fora e o Miguel, que na altura não era este Miguel, a lateral. E o Camacho a ver aquilo da bancada. Pronto, a equipa ficou praticamente feita [3-0 ao Braga]. O Camacho trouxe cheiro a balneário e respeito.

Não havia respeito por Jesualdo?

Houve momentos em que alguns jogadores faltaram ao respeito. Ele não estava bem apoiado, sozinho a levar um barco. Tinha meia dúzia de jogadores com ele e o resto estava contra. Eu era um dos que estavam com ele.

E quem é que não estava com ele?

Não posso dizer.

Nem um?

[silêncio] Conhecemos o temperamento do Argel nos treinos, nos jogos. Obviamente que era um dos que não estavam com o Jesualdo. A gente nunca pode dizer nomes, mas basta ver quem jogava e não jogava. Quer dizer, depende. Há futebolistas que não sabem ficar no banco, como suplentes. Quando cheguei ao Benfica havia jogadores com a meia em baixo, sem caneleiras. Eh pá, por amor de Deus! O treino tem de ser um reflexo dos jogos. E às vezes entrava com uma certa dureza, para eles perceberem que não era assim. "Eh pá, olha aí que isto é um treino", diziam-me. E eu respondia-lhes: "Vai pôr caneleiras."

Por falar em caneleiras... Agora, no futebol português fala-se mais de túneis e de agressões do que em tácticas. Lembra-se do caso Weah?

Havia sempre alguns empurrões aqui e ali. Mas só estive realmente envolvido numa rixa horrível no célebre FC Porto-Milan [20 de Novembro de 1996, 1-1] nas Antas. Foi violento. Aquilo vinha de trás. O Jorge tinha pisado o Weah lá em Milão [3-2, para o FC Porto]. Todos vieram dizer que o Jorge tinha chamado "preto" ao Weah, mas conhecendo o Bicho não acredito nisso. O que aconteceu lá em Milão foi que o Jorge lhe pisou o dedo. E isso toda a gente sabe que foi de propósito. O Jorge era muito frio e físico, e o Weah teve o azar de ter marcado o golo e ter ficado no chão. O Jorge saltou e pisou-lhe o dedo, e o dedo ficou muito feio [risos]. No túnel das Antas foi tudo muito rápido e planeado pelos italianos. O treinador deles [Oscar Tabarez, uruguaio] fez um sinal ao Rossi para ir rapidamente para o túnel - e ele era grande, pá, nunca vi um guarda-redes tão grande como aquele homem! - e o Weah logo a seguir. O Jorge, inocente, não reparou. E quando olha para trás, o Weah manda-lhe uma cabeçada. Só vi o Jorge voar dois metros no túnel. E depois foi o que foi. Andámos todos ali à porrada.

E quem é que deu mais?

Só tive pena do [Edgar] Davids, coitadinho. Estava ali a querer serenar as coisas e foi o que levou mais.

Mas o João Manuel também teve os seus momentos. Como aquele com o João Vieira Pinto, quando um estava no Benfica e outro no Sporting.

Assumi a culpa. São coisas que não se deve fazer. Cuspi-lhe na cara e não o devia ter feito. Mas acredite que fiquei muito chateado com o João no último dérbi em casa, no velho estádio da Luz (2-2, 15 de Dezembro de 2001), quando ele disse aos jornais que eu devia ter sido expulso por ter dado muita porrada. O que é mentira, é só ver o vídeo! E eu disse para mim: "Para a próxima, cá te espero!" No jogo de Alvalade [1-1, 7 de Maio de 2002] andei o tempo todo à procura dele e não consegui ter nenhum contacto físico com ele... O treinador [Bölöni] pô-lo nas linhas e eu nunca consegui apanhá-lo a jeito para lhe dar uma fruta e lhe dizer ao ouvido algumas que não ficaria bem dizer aqui. Depois cuspi-lhe na cara e não o devia ter feito. No final do jogo tentaram apanhar-me, mas nós ficámos a bater palmas ao público e tal. Nunca mais falei com o João, nem ele tem nada de que falar comigo.

Então e no FC Porto como era ver os jogos com o Benfica e assistir ao clássico Paulinho Santos-João Vieira Pinto?

Não era nada fácil. O Paulinho era um jogador muito violento, queria ganhar tudo. Eu ria-me com aquelas coisas. Não aceitava, mas pronto - os clássicos são uma guerra. O Paulinho detestava o João. Perdão. O Paulinho detestava o Benfica e detestava o João por este ser o melhor jogador do Benfica na altura. Ele ia para a guerra com o objectivo bem definido: dar no João Pinto. Transformava-se noutra pessoa. E ninguém lhe podia dizer nada para o tentar acalmar porque senão ele ainda ficava chateado connosco!
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Mensagem  Ticius Sáb 13 Fev 2010, 13:51

fdx como eu adoro ler estas entrevistas.... PAULINHO SANTOS tatatatatattaa david - Entrevistas Icon_clown
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Mensagem  Mil Dom 14 Fev 2010, 04:28

é por isso que o Paulinho Santos sempre foi o meu nº1 dos FDPs...
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david - Entrevistas Empty "La meto como en mis mejores momentos..." - Saviola

Mensagem  El Argentino Ter 16 Fev 2010, 12:18

Javier Saviola no concibe otra cosa que meter goles. Goles y más goles. En River, donde fue el segundo pichichi más joven de la historia del fútbol argentino (metió 15 goles en el Apertura 99, con sólo 18 años), relegado apenas por dos semanas por Maradona. En Barcelona, con 60 gritos furiosos en sus primeros tres años. En Francia, con el Monaco. Otra vez en España, con el Sevilla, campeón de la Copa UEFA 06, y ahora, en el Benfica, donde es ídolo y figura de un equipo que es candidato a quedarse con varios títulos (líder del torneo, jugará la final de la Copa de la Liga ante el Porto y enfrentará al Hertha de Berlín por los dieciseisavos de la Europa League). Sin embargo, a pesar de ser el tercer argentino con más gritos en la temporada europea (tiene 18, a uno de Tevez y tres de Messi), Maradona nunca lo incluyó entre los 101 futbolistas que ya probó en la Selección. Y cada vez queda menos tiempo para tomar examen. "Estoy tranquilo, con la ilusión intacta. Mi deseo es enorme, pero me lo tengo que tomar con calma", analiza el delantero, a minutos nomás del 1-0 contra el Belenenses. El Conejo ya gritó 11 goles en la Mayor, y 12 en la Juvenil.

-Este martes, Diego entregará la lista del amistoso del 3 de marzo ante Alemania. ¿Soñás?

-Cada vez que hay una convocatoria sueño con estar. A veces me cuelgo a ver imágenes del Mundial de Alemania, de los goles que hicimos (NdeR: anotó el primero del 2-1 a Costa de Marfil), de los partidos. Fue un momento muy bueno, teníamos un gran equipo. En realidad, no recuerdo un mal equipo en la Selección. Mirá ahora: Messi, Verón, Mascherano, Pablo (Aimar), Angelito (Di María), todos los demás muchachos. ¡Tenemos cada jugador! Y si encima el entrenador es Diego, el mejor jugador de la historia... Hay que estar tranquilos: equipo y calidad hay de sobra.

-¿Faltás vos?

-Ja, ja, eso no lo tengo que decir yo. Lo que sí siento es que éste es uno de los mejores momentos de mi carrera. Estoy como cuando exploté en River, pero más maduro, con casi diez años en Europa, mucho más curtido. El equipo me ayuda y el técnico (NdeR: Jorge Jesus) me da confianza. Era lo que necesitaba.

-¿Volviste a ser, otra vez, Saviola?

-Siempre confié en mí, pero necesitaba continuidad. Volví a meter goles como en mis mejores momentos, me doy cuenta de eso mientras juego. Cuando estoy frente al arquero me siento más seguro, sereno, con el convencimiento de que no tengo que fallar. Lo llevo dentro, no sé cómo explicártelo. Vivo del gol, tuve la suerte de meter varios en mi carrera.

-Anotá: 208 tantos en 492 partidos.

-¿208 goles? No tenía idea de ese dato. Es un número, ¿no?

-¿Te ves en una situación de desventaja con respecto a Agüero, Lavezzi o Milito, los otros delanteros que pelean por un lugar?

-Son todos grandes jugadores. Siempre pensé que el que está en la Selección es porque se lo ganó. Cuando no jugaba en el Real Madrid perdí terreno por mi falta de continuidad. Pero en el Benfica volví a ser feliz, a disfrutar.

-¿Pedís, al menos, una oportunidad?

-Ojalá que esté, sería mi mayor sueño recibir una llamada de Diego. Para mí siempre fue especial ponerme la camiseta de la Selección, me engrandece, ¿cómo te lo explico?

-¿Hace mucho que no hablás con Maradona? ¿Te llamó desde que es técnico de la Mayor?

-Hace mucho, sí. Lo que no me olvido más, sin embargo, es cuando entraba al vestuario, durante el Mundial 06, para alentarnos antes de los partidos. Era una motivación espectacular. Y hasta ahora habló con los que va a convocar, es lógico.

-¿Entendés el debate que se genera en torno al rendimiento de Messi?

-¿Debate? Es el mejor del mundo. A Leo tenemos que apoyarlo.
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david - Entrevistas Empty Geovanni «Em 2005 pintámos a cidade do Porto de vermelho»

Mensagem  El Argentino Sex 19 Fev 2010, 07:09

Geovanni - Entrevista ao ex-jogador do Benfica

Quando chegou ao Benfica foi treinado pelo José Antonio Camacho. Gostou de trabalhar com ele?
Ajudou-me bastante e tenho um grande carinho pelo senhor Camacho. Deu-me sempre oportunidades para mostrar o meu valor e sinto-me grato por tudo o que fez por mim. Ele e o Pepe Carcelén, que era adjunto. Torço hoje em dia pelo Osasuna porque o Camacho merece toda a sorte do mundo. Foi uma pessoa que me marcou muito. É um homem honesto. Estava no Barcelona, triste por não jogar, e o Camacho confiou no meu valor e levou-me para Portugal.

E depois chegou o Trapattoni. Também guarda boas memórias do técnico italiano?
Sem dúvida. Com ele fui campeão e fiz o meu melhor ano no Benfica. Não tive lesões, fiz golos e participei em mais de 30 jogos. Até hoje não sei por que razão saiu do Benfica depois de ganhar o campeonato.

Nesse ano do título (2005) a equipa do Benfica era tão limitada como muitos dizem?
Eu gosto de um futebol bem jogado, onde a técnica prevalece, mas o mais importante são os títulos. E isso nós conseguimos. Fomos campeões e ficámos marcados na história do Benfica. Vários jogadores valorizaram-se devido ao Trapattoni. O Miguel, o Manuel Fernandes, o Simão, o Luisão, o Alex¿ um grupo vencedor como esse é inesquecível. O título vale mais do que jogar bem ou mal.

Depois da vitória no último jogo, no Estádio do Bessa, foi a loucura total. Lembra-se bem dos festejos?
Sim, lembro-me muito bem. Lembro-me até que o Porto estava a jogar com a Académica e também tinha hipóteses de ser campeão. Mas fizemos uma grande partida e pintámos a cidade do Porto de vermelho.

E depois chegou Ronald Koeman. Foi o treinador que menos entendeu o seu futebol?
Não sei. Sempre que ele me colocou na minha posição, no centro, eu respondi com golos. Fiz o que tinha de fazer. É um grande treinador, uma pessoa tranquila, respeitava os jogadores e tem tudo para ser um dos melhores do mundo. Só não gostava quando ele me substituía (risos). Saía todos os jogos. Não gostava e ficava chateado. Sentia que o meu trabalho estava inacabado. Agora tenho mais experiência, tranquilidade e lido melhor com isso.

Que imagem guarda dos seus tempos em Portugal?
Tenho belas memórias do Benfica e do vosso país. Fiz grandes amizades ao longo de três anos e meio e ainda possuo casa aí. Pretendo no futuro voltar a jogar na liga portuguesa e, mesmo que não regresse para jogar futebol, gostaria de viver em Portugal, pois a minha família adora estar aí.

Para um brasileiro é mais fácil viver em Portugal ou na Inglaterra?
Em Portugal, sem dúvida. Integrei-me completamente na sociedade portuguesa, sem dificuldades. Em Inglaterra também me adaptei bem, mas o país é mais frio em todos os aspectos. Portugal marcou-me muito. Não só a mim mas a toda a minha família.

Quem eram os seus melhores amigos no balneário do Benfica?
Nunca tive problemas com ninguém, mas o Luisão era e é um amigo especial. Tínhamos jogado no Cruzeiro, conhecíamo-nos bem e dávamo-nos como irmãos. Mas também tinha uma excelente amizade com o Simão, o Moreira, o Quim e o Nuno Gomes, por exemplo. Com o Ricardo Rocha, que depois reencontrei em Inglaterra, ainda falo muitas vezes pelo telefone. E tenho saudades do Alcides, do Leo e do Paulo Almeida.

O ambiente sempre foi bom na Luz?
Sempre. Tínhamos treino às 10h30 e chegávamos sempre muito cedo para estarmos um pouco na brincadeira. O Manuel Dos Santos era o mais brincalhão. Trabalhávamos muito mas também nos divertíamos. E isso foi a chave para o título.

Conheceu bem o Miklos Fehér. Recorda-se da noite em que ele morreu?
Perfeitamente. Estava a ver o jogo pela televisão, porque tinha uma lesão e não fui a Guimarães. O Miklos era um menino bom, não se chateava com ninguém e andava sempre com um sorriso nos lábios. Nunca tinha visto ninguém a morrer em directo e fiquei chocado. Ver um amigo a morrer e eu sem poder ajudar¿ Fiquei muito desorientado. Mais tarde ligaram-me e confirmaram-me que o Miki tinha morrido. Aqui em Inglaterra joguei com um húngaro, o Peter Halmosi, e falámos várias vezes sobre ele.

O grupo de trabalho ficou destroçado...
Ficou, claro. Mas ficou também ainda mais unido e com força-extra para chegar ao título no ano seguinte. Esse título também foi do Miki Fehér. Quando cheguei em 2003/04 andávamos muitas vezes juntos. Convivíamos bastante fora do campo e pude conhecê-lo melhor. Era um jogador muito forte, fez alguns golos bonitos e treinava sempre no limite.

No Barcelona partilhou o balneário com o Robert Enke que, infelizmente, também já faleceu. Tinham uma relação próxima?
Nunca mais me esqueço da primeira vez que o vi. Eu cheguei ao balneário e aquele rapaz louro veio ter comigo e disse-me Eu falo porrrtuguês, com um sotaque alemão engraçadíssimo. Aquilo fez-me rir e tornámo-nos bons amigos. A morte dele mexeu muito comigo.

O Enke parecia-lhe uma pessoa deprimida?
Ele nunca me deu um sinal de depressão. Era muito reservado, calmo, isso é verdade. Mas daí a ter depressões¿ Trabalhava bem, era cumpridor e merecia ter tido mais sorte em Barcelona. Teve um final trágico. Eu estava convencido que ele ia defender a baliza da Alemanha no Mundial. A vida tem coisas terríveis.

O F.C. Porto ganhou os últimos quatro campeonatos. Que explicações encontra para esta superioridade?
É difícil explicar. Este ano o Benfica está bem, mas nas épocas anteriores o Porto manteve sempre a estrutura-base e uma regularidade fantástica. O Benfica fez isso neste último Verão e por isso está a efectuar uma época muito boa. Vamos a ver se é desta que consegue interromper o sucesso do Porto.

Antes de chegar a Portugal esteve no Barcelona mas raramente conseguiu ser feliz...
As coisas não me correram bem, mas a verdade é que toda a gente quer jogar no Barcelona. Por isso não me arrependo de ter ido para lá. Era muito novo, surgiu o convite e aceitei, claro. Fui para Espanha cheio de esperanças, mas nos treinos estavam sempre a chamar-me a atenção, a fazer correcções e aquilo incomodava-me. Era muito menino mesmo.

O Geovanni é o décimo jogador mais caro da história do Barcelona. O clube pagou mais de 21 milhões pelo seu passe. Isso também complicou a sua afirmação?
Não correspondi e isso afectou-me bastante. Tinha uma filha pequena, vivia muito pressionado e abanei. De qualquer forma, aprendi muito lá e depois colhi os frutos no Benfica e em Inglaterra. Aprendi a passar mais a bola, a lutar, a cobrar livres, aprendi muito mesmo. Tinha de passar por essa experiência para me tornar um verdadeiro jogador.

Com 30 anos ainda acredita ser possível regressar à selecção do Brasil?
Tenho 14 jogos e três golos pela selecção. Fiz grandes jogos, mas falta-me ser chamado para uma grande prova de selecções. Sei que o grupo do Dunga está praticamente fechado, mas depois do Mundial talvez se possam voltar a lembrar de mim. Curiosamente, a minha estreia na selecção do Brasil coincidiu com a despedida do Dunga. Infelizmente, depois disso não voltei a falar com ele.
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